Procura por planos de saúde para pets aumenta no Brasil
Segundo levantamento, aumento no número de beneficiários pode chegar até 300%
A procura por planos de saúde para pets tem crescido significativamente nos últimos anos. Segundo informações divulgadas pelo portal Extra, o aumento pode chegar a 300%.
A demanda se justifica pelo fato de que os tutores estão cada vez mais preocupados com a saúde e o bem-estar de seus animais de estimação.
De acordo com empresas especializadas, aproximadamente 250 mil animais de estimação no Brasil possuem planos de saúde, o que equivale a uma parcela ínfima de 0,24% dos 101,4 milhões de cães e gatos.
“Com os primeiros planos lançados há menos de dez anos, a pandemia acelerou a procura, quando as pessoas passaram a ficar mais com seus pets em casa”, afirma Fabiano Lima, CEO de Saúde da PetLove.
Diante dessa grande oportunidade, novas empresas estão se inserindo no mercado e as que já estão consolidadas têm aumentado significativamente sua base de clientes.
Os planos de saúde para pets oferecem uma série de vantagens, como consultas, exames, internações, cirurgias e tratamentos em geral, além de descontos em medicamentos e serviços veterinários.
As coberturas variam conforme o plano escolhido, e os valores também podem ser diferentes, dependendo da região do país.
As operadoras de planos para animais de estimação no Brasil têm registrado aumentos significativos em sua base de usuários. Um exemplo é a Petlove, que oferece o serviço em parceria com a Porto Seguro.
Atualmente, a empresa atende 160 mil pets com três tipos de plano, sendo a maioria cachorros, especialmente os vira-latas e das raças Shih-Tzu e Yorkshire.
O número de animais segurados é três vezes maior do que o registrado pela marca em 2020 e, somente nos primeiros cinco meses deste ano, o crescimento foi de 46%.
Enquanto isso, algumas empresas estão iniciando seus investimentos nessa área. O Banco Inter apresentou seu plano para animais de estimação, com destaque para clientes de até 30 anos e idosos que vivem com seus pets.
Atualmente, a rede credenciada já conta com cerca de 2,5 mil estabelecimentos, principalmente em regiões do Sul e Sudeste.
Desde a pandemia, é possível observar um aumento no número de clientes de empresas que não são seguradoras, mas que atuam no mesmo setor. A Pet Mais Vida possui 1,2 mil unidades credenciadas em diversos estados.
“Diversos fatores contribuíram para o crescimento na demanda, como o aumento da quantidade de pets nas famílias e a preocupação dos tutores com o controle financeiro”, conclui Bruna Melo, COO da BB Seguros.
No entanto, é importante destacar que, antes de contratar um plano de saúde para o seu pet, é necessário avaliar as condições e os cuidados oferecidos pela empresa.
É preciso verificar as clínicas e os hospitais credenciados, além de ler atentamente todas as informações sobre as coberturas e os valores que as operadoras disponibilizam.
Além disso, é fundamental ter em mente que o plano de saúde não substitui a responsabilidade do tutor em cuidar da saúde do seu animal de estimação.
É necessário manter a rotina de consultas e vacinações em dia, alimentar bem o pet e proporcionar um ambiente seguro e saudável para que ele possa viver saudável.
A falta de regulação específica persiste
Embora não seja uma novidade, as apólices para animais já são regulamentadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) há alguns anos.
Originalmente, esse modelo era mais requisitado em atividades pecuárias, como para gado reprodutor ou durante o transporte de animais.
Foi somente há cerca de oito anos que a primeira apólice voltada para pets foi criada, operada principalmente por seguradoras, mas também por empresas comuns, inclusive redes de clínicas de Medicina Veterinária.
Embora a Susep autorize esse tipo de produto, ainda não existe no país uma resolução específica que regulamente a assistência em saúde para pets, sem essa regulamentação.
Os consumidores que optam pelo serviço oferecido por empresas comuns podem ficar vulneráveis, já que o contrato funciona como uma relação de consumo tradicional, protegida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Enquanto os seguros de saúde contam com a proteção da Susep, para a proteção dos tutores e seus pets.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) comunicou que a regulação do setor de saúde suplementar não engloba a prestação de serviços veterinários devido à ausência de previsão legal.
Para que esse assunto esteja dentro da competência da agência, é necessário que haja uma mudança na legislação nos planos de saúde regidos pela ANS.
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